Santuário do Bom Jesus de Matosinhos – Congonhas/MG

O Conjunto do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, é composto por: uma escadaria decorada com os Doze Profetas esculpidos por Aleijadinho em pedra-sabão; seis capelas com cenas dos Passos da Paixão de Cristo onde estão expostas 64 esculturas em cedro, em tamanho natural; a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e seu adro.

Além de admirado como notável obra de arte do barroco brasileiro, atraindo visitantes de todas as regiões do país e do mundo, o Conjunto é também um dos mais importantes circuitos de peregrinações do país, que leva anualmente multidões de fiéis a Congonhas desde o Século XVIII. Uma grande romaria – o Jubileu – acontece todos os anos no mês de setembro.

Patrimônio Cultural Mundial
Considerado uma das obras-primas do barroco mundial, o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos foi inscrito no Livro do Tombo de Belas Artes, pelo Iphan, em 1939, e reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela UNESCO, em dezembro de 1985. Situado em Minas Gerais, no município de Congonhas, o Santuário começou a ser construído na segunda metade do século XVIII. Desde 2015, o Museu de Congonhas funciona ao lado do Santuário e está aberto à visitação para potencializar a percepção e a interpretação das múltiplas dimensões desse patrimônio.

Na construção do Conjunto trabalharam os artistas de maior destaque da arte colonial brasileira, reconhecidos nacionalmente até os dias atuais, como o escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (falecido em 1814), e o pintor Manoel da Costa Athaíde (1760-1830).

A inscrição desse monumento na Lista do Patrimônio Mundial está embasada no fato de o Conjunto ser um dos mais completos grupos de profetas do mundo – são esculturas em pedra-sabão dos doze profetas -, representando, sem dúvida, uma das obras-primas do barroco mundial. O sítio também tem valor extraordinário devido ao gênio criativo e à perseverança de Aleijadinho, que, contra todas as limitações impostas pela doença, no final de sua vida, deixou no alto do Monte Maranhão, em Congonhas (MG), uma obra impressionante.

O conjunto edificado consiste em uma igreja, com interior em estilo rococó, adro murado e escadaria externa monumental decorada com estátuas dos 12 profetas em pedra sabão, além de seis capelas dispostas lado a lado no aclive frontal ao templo, denominadas Passos, ilustrando a Via Crucis de Jesus Cristo. Sua inspiração é fortemente relacionada a exemplares portugueses como a Igreja de Bom Jesus do Monte (Braga) e ao Santuário de Nossa Senhora dos Remédios (Lamego), ambos em Portugal.

As capelas dos Passos da Paixão

As 66 esculturas de madeira policromada em tamanho natural, abrigadas nas seis capelas que reúnem os sete grupos de Passos da Paixão de Cristo, compõem um dos mais completos grupos escultóricos de imagens sacras no mundo, sendo, sem dúvida, uma das obras-primas de Francisco Antônio Lisboa, o Aleijadinho, que deixou para a Humanidade uma obra de grande expressão e originalidade.

As capelas onde foram instaladas cenas da Paixão de Cristo só foram construídas bem depois de terminada a igreja. A partir de 1796 é registrada a atividade de Aleijadinho e sua oficina na elaboração das 66 estátuas que compõem o conjunto, divididas em seis capelas, que apresentam sete dos Passos da Paixão.

Capela 1: A Última Ceia.

 

Capela 4: Flagelação e…
…Coroação de Espinhos
Capela 5: Subida do Calvário (Carregamento da Cruz).
Capela 6: Crucificação.

O trabalho de Aleijadinho e seus assistentes se prolongou por três anos e cinco meses. Em 1798 foram contratados os pintores Francisco Xavier Carneiro e Mestre Ataíde para pintar as imagens. A pintura só foi realizada à medida que as capelas foram sendo concluídas — 1808 para as peças da Santa Ceia, 1818 para as do Horto e da Prisão. As obras então foram paralisadas, sendo reencetadas em 1864, terminado-se a última em 1875. Presume-se que a policromia dos seus grupos de imagens date desta época, tendo um acabamento inferior ao dado por Ataíde e Carneiro. As pinturas parietais das capelas também são atribuídas ao Ataíde, mostrando cenários arquitetônicos ou paisagísticos.

A implantação cenográfica da igreja no topo de uma colina propiciou que se projetasse o complexo à semelhança do modelo do sacro monte, uma tipologia arquitetônica ou urbanística que busca reproduzir o caminho de Jesus em seus últimos dias, desde a Santa Ceia até sua morte na cruz.

O Santuário apresenta-se em bom estado de conservação permitindo que sua materialidade exprima a importância e os valores a ele atribuídos, representando uma realização artística única e exemplo excepcional da arquitetura brasileira do século XVIII. O conjunto edificado e escultórico conserva seus valores intrínsecos: a Igreja do Bom Jesus; o adro com as estátuas dos profetas em pedra sabão; os passos e capelas com suas sete estações ambos concluídos em 1805 e expressivo conjunto escultórico representativo da Paixão de Cristo. Apesar do processo de transformação ocorrido com o crescimento urbano da cidade de Congonhas, decorrente do intenso processo de mineração de ferro, o Santuário mantém-se intacto e se constitui, até os dias atuais, em ícone da arte sacra e religiosidade no Brasil.

Esta pintura, integrado ao Museu de Congonhas em 2015, é um dos únicos registros que se tem de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

A inscrição desse monumento na Lista do Patrimônio Mundial está embasada no fato de o Conjunto ser um dos mais completos grupos de profetas do mundo – são esculturas em pedra-sabão dos doze profetas -, representando, sem dúvida, uma das obras-primas do barroco mundial. O sítio também tem valor extraordinário devido ao gênio criativo e à perseverança de Aleijadinho, que, contra todas as limitações impostas pela doença, no final de sua vida, deixou no alto do Monte Maranhão, em Congonhas (MG), uma obra impressionante.

 

FONTES:
– IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)
– Museu de Congonhas (www.museudecongonhas.com.br)
– Wikipédia (pt.wikipedia.org)

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